Sistemática Filogenética:
um olhar panorâmico a partir do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
DOI:
https://doi.org/10.47734/rce.v4iFC.2359Palavras-chave:
Biologia evolutiva, Biologia comparada, Ensino de BiologiaResumo
A sistemática filogenética, ou cladística, é o método de classificação dos seres vivos com base na ancestralidade genealógica e evolutiva das espécies, com isso desenvolvem relações hipotéticas entre ancestrais e descendentes, o que resulta em cladogramas e ou dendrogramas. Dessa forma, esse conteúdo está presente no currículo do ensino médio dentro do componente curricular de biologia e consequentemente é cobrado em diversos exames, dentre eles o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM. A prova pode alcançar diversos âmbitos, um deles é servir de referência para o aperfeiçoamento do currículo, podendo assim direcionar reformas educacionais. Considerando as implicações do exame, o objetivo do presente estudo consistiu em analisar o uso da sistemática filogenética na construção de questões de biologia, formuladas pelo ENEM. O período analisado compreendeu os anos de 2010 a 2020, como instrumento analítico foram utilizados princípios da análise de conteúdo. Diante disso, após a análise das questões foi possível identificar a presença de maneira bastante discreta dos conceitos de filogenética e cladística, alinhados com conceitos atuais. Contudo, os resultados encontrados nesta pesquisa, nos levam a inferir que os respectivos conceitos, por serem pouco cobrados no exame, podem vir a ser tornar invisibilizados no cotidiano do ensino de biologia da educação básica.
Referências
AMORIM, D. S. Fundamentos de Sistemática Filogenética. 1. Ed. Ribeirão Preto: Holos, 2002. 154 p.
CESTARO, D. C.; KLEINKE, M. U.; ALLE, L. F. Uma análise do desempenho dos participantes e do conteúdo abordado em itens de genética e biologia evolutiva do exame nacional do ensino médio (ENEM): implicações curriculares. Investigações em ensino de ciências, [S. l.], v. 25, n. 3, p. 503–536, 2020. DOI: 10.22600/1518-8795.ienci2020v25n3p503. Disponível em: https://ienci.if.ufrgs.br/index.php/ienci/article/view/2108. Acesso em: 30 out. 2021.
COPERLAND, H. F. The classification of lower organisms. 1. Ed. Califórnia: Palo Alto, Pacific Books, 1956.
CORDEIRO, R. S.; MORINI, M. S. C; WUO, M.; FRENEDOZO, R. C. Abordagem de sistemática filogenética com ênfase em biodiversidade nos livros didáticos. V. 20, n. 4, p. 610-625, 2018. DOI: https://doi.org/10.17648/acta.scientiae.v20iss4id3913 Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/acta/article/view/3913. Acesso em: 27 ago. 2020.
DOBZHANSKY, T. Biology molecular and organismic. 4. Ed. Estados Unidos, American zoologist, 1964. p. 443-452.
FERREIRA, M. R. A colaboração da confecção de materiais didáticos sobre classificação dos seres vivos por alunos do sétimo ano para a aprendizagem significativa. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Os Desafios da Escola Pública Paranaense na Perspectiva do Professor PDE: Produção Didático-pedagógica, 2016. Curitiba: SEED/PR., 2018. v.2. (Cadernos PDE). Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_pdp_cien_utfpr_regianemariaferreira.pdf . Acesso em: 08 abr. 2020. ISBN 978-85-8015-094-0.
GARRUTI, G. J. Domínio sobre a construção e a interpretação de cladogramas por alunos de graduação em ciências biológicas. São Paulo, 2016, p. 15 – 50. Dissertação (Trabalho de conclusão de curso em ciências biológicas) - Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, Campo Largo, 2015.
GOMES, C. M. A.; GOLINO, H. F.; PERES, A. J. Fidedignidade Dos Escores Do Exame Nacional Do Ensino Médio (ENEM). Escola de ciências da saúde e da vida. Minas Gerais: PUC, 2020, p. 01 – 10. DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2020.2.31145. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/revistapsico/article/view/31145/26234 Acesso em: 27 ago. 2021.
HAHN, I. S.; SCHERER, F. L.; FLACH, R. O.; BACK, L. A consciência ecológica e as atitudes de consumo de status. Rev. Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, [S. l.], v. 19, n. 1, p. 139–151, 2015. DOI: 10.5902/2236117015778. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reget/article/view/15778. Acesso em: 17 set. 2023.
HENNIG, W. Fundamentos de uma Teoria da Sistemática. 1. ed. Argentina: Eudeba, 1968.
JUNIOR, B. L.; OLIVEIRA, G. S.; SANTOS, A. C. O.; SCHNEKENBERG. Análise documental como recurso metodológico na pesquisa qualitativa. Monte Carmelo: Fucamp, 2021. Disponível em: https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/cadernos/article/view/2356 Acesso em: 25 set. 2021.
KLEPKA, V.; CORAZZA, M. J. O essencialismo na classificação de Lineu e a repercussão dessa controvérsia na Biologia. São Paulo: Revista PUC. V. 18, 2018 - p. 73 - 110. DOI: https://doi.org/10.23925/2178-2911.2018v18p73-110 Disponível em: https://revistas.pucsp.br/hcensino/article/view/37084 Acesso em: 11 mar. 2020.
LINNEI, C. Elements of Botany. Tradução: Adrien-Henri de Jussieu. 1° ed. 1849.
LINNEI, C. Systema naturae perregna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus differentiis, synonymis, locis. Ed. 10. 1758.
LOPES, W. R.; VASCONCELOS, S. D. Sistemática Filogenética no ensino médio: uma reflexão a partir das concepções de alunos e professores da rede pública de Pernambuco, Brasil. Rev. Educação em Biologia, Argentina, 2014, p. 38 - 50. Disponível em: < https://www.researchgate.net/publication/266557661_SISTEMATICA_FILOGENETICA_NO_ENSINO_MEDIO_UMA_REFLEXAO_A_PARTIR_DAS_CONCEPCOES_DE_ALUNOS_E_PROFESSORES_DA_REDE_PUBLICA_DE_PERNAMBUCO_BRASIL> Acesso em: 17 fev. 2022.
NASCIMENTO, M. M., CAVALCANTI, C.; OSTERMANN, F. Na busca por questões de Física do ENEM potencialmente não reprodutoras das desigualdades socioeconômicas. São Paulo: Rev. Bras. Ensino Fís. v. 40, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2017-0237 . Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbef/a/8jPnnXc48zXNmsLHB4JgPWN/?lang=pt> Acesso em: 23 set. 2021.
OLIVEIRA, J. C. Fundamentos de sistemática filogenética para professores de ciências e biologia. Juiz de Fora: rev. Virtú – ICH, 2010. Disponível em: <https://www.ufjf.br/virtu/edicoes-anteriores/segunda/ > Acesso em: 17 fev. 22.
OLIVEIRA, T. S. ENEM: breves considerações sobre importância avaliativa e reforma educacional. Porto Alegre: Rev. Eletrônica PUC, v. 7, n. 2, 2016, p. 278-288 DOI: http://dx.doi.org/10.15448/2179-8435.2016.2.23995. Disponível em: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR. Acesso em: 18 fev. 22.
PEDERNEIRAS, L. C. Conceitos Básicos de Filogenia. São Paulo, Instituto de Botânica, 2011. Disponível em: https://docplayer.com.br/11214337-Conceitos-basicos-de-filogenia.html. Acesso em 18 mar. 2020.
PRESTES, M. E. B.; OLIVEIRA, P.; JENSEN, G. M. As origens da classificação de plantas de Carl von Linné no ensino de biologia. Campinas, Filosofia e História da Biologia, v. 4, p. 101-137, 2009. Disponível em: https://www.abfhib.org/FHB/FHB-04/FHB-v04-04-Maria-Elice-Prestes-et-al.pdf. Acesso em: 11 abr. 2023.
RODRIGUES, M. E.; JUSTINA, L. A. D. O. Conteúdo de sistemática filogenética em livros didáticos do ensino médio. Minas Gerais: UFMG, v. 13, n. 2, mayo-agosto, 2011, pp. 65-84. Disponível em: < https://www.redalyc.org/pdf/1295/129519166005.pdf> Acesso em: 17 fev. 2022.
ROSSATO, B. S. P.; BERTONI, D. Discutindo evolução: Utilização de cladogramas para o ensino de sistemática filogenética no ensino médio. 2021. p. 12 - 77. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciência e Tecnologia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2021.
SÁ, N. L; NAGEM, R. L.; ALMEIDA, M. G.; BARCELOS, M. F. Metáfora Marcha do progresso e as concepções de evolução nas obras A origem das espécies (Charles Darwin) e Early man (F. Clark Howell). Latin American Journal of Science Education. v. 1, p. 1 – 15, 2014.
SANTOS, C. M. D.; KLASSA, B. Despersonalizando o ensino de evolução: ênfase nos conceitos através da sistemática filogenética. Educação: Teoria e Prática, v. 22, n. 40, p. 62-80, 3 ago. 2012.
SANTOS, C. M.; KLASSA, B. 50 anos de sistemática filogenética: analise do livro filogenético primeiros passos e prospecções para o ensino de evolução. São Paulo: Experiências em Ensino de Ciências, v. 12, p. 22 – 33, 2017.
SILVEIRA, F. L.; BARBOSA, M. C. B.; SILVA, R. Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM): Uma análise crítica. Porto Alegre: Rev. Bras. Ensino Fís. v. 37, n. 1, 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-11173710001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbef/a/TpSdTxpHR3XBgFttPmgmyPF/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 27 set. 2020.
SIMPSON, G. G. Princípios de Taxonomia Animal. 1962.
SOUZA, P. H. R.; ROCHA, M. B. Sistemática, Filogenética e Divulgação Científica: análise da Revista Scientific American Brasil. Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – IX ENPEC Águas de Lindóia. São Paulo: Rev. Alexandria, v. 8, n. 1. 2015. DOI: https://doi.org/10.5007/1982-5153.2015v8n1p75. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/alexandria/article/view/1982-5153.2015v8n1p75. Acesso em: 04 out. 2021.
VARGAS, H. M. Por uma “freada de arrumação”: Enem e Covid19. Rev. ANPED, 2020. Disponível em: <https://www.anped.org.br/sites/default/files/images/por_uma_freada_corrigido.pdf> Acesso em: 27 jul. 2021.
ZANELLA, L. C. Metodologia da pesquisa. 2. ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração. UFSC, 2013. 134 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Ana Carolina Soares, Marcelo Alberto Elias, Alex Sandro Barros de Souza
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Sob a égide da Lei º 9.610/1998 que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais no Brasil, a Revista Ciência em Evidência (RcE) ressalta a natureza de acesso livre da revista e exige que o(s) autor(es) que submetem manuscritos científicos a este periódico observe(m) princípios éticos e respeite(m) o direito de propriedade intelectual sobre a obra em tela.
Portanto, o(s) autor(es) declara(m)-se titular(es) da propriedade dos direitos autorais do manuscrito submetido e, por conseguinte, não infringe(m) direitos autorais, de imagem e outros direitos de propriedade de terceiros. Logo, assume(m) integral responsabilidade moral ou patrimonial, pelo seu conteúdo, perante terceiros.
Desse modo, o(s) autor(es) autoriza(m), cede(m) e transfere(m) à Revista Ciência em Evidência (RcE) o direito de edição, de publicação, de tradução para outro idioma e de reprodução por qualquer processo ou técnica do manuscrito submetido sem direito à exigência de qualquer tipo de remuneração.