O Gregório de Alfredo Bosi
O Materialismo Histórico-Dialético no Texto do "Antigo Estado à Máquina Mercante”
Palavras-chave:
Literatura, Crítica Literária, Gregório de MatosResumo
Este artigo consiste em uma análise crítica do texto Do Antigo Estado à Máquina Mercante, em que Alfredo Bosi analisa a produção poética atribuída a Gregório de Mattos e Guerra. Esta análise busca problematizar o fato de que Bosi, em seu texto, toma como ponto de partida o materialismo-histórico-dialético, cujas categorias conceituais surgem no contexto século XIX, aplicando tal perspectiva à visão de mundo do século XVII, que era substancialmente distinta. Para desenvolver tal crítica, o presente texto considera como referencial a ideia de Northrop Frye (1973) sobre a necessidade de se tomar o texto literário como ponto de partida que fornece a sugestão de uma teoria de análise; bem como a proposta de João Adolfo Hansen (1989, 2006) de se fazer um “trabalho arqueológico” que compreenda as circunstâncias nas quais os textos foram produzidos, identificando seus instrumentais teóricos mais adequados, e evitando, assim, anacronismos conceituais. A análise em questão indica que Alfredo Bosi considerou os textos atribuídos a Gregório de Matos apenas naquilo que lhe era conveniente para justificar a aplicação de sua perspectiva ideológica e de suas categorias conceituais. Deste modo, os textos literários não foram considerados como objeto de análise, mas instrumentalizados para legitimar uma releitura materialista da história, marcada por constantes conflitos nos mais diversos âmbitos.
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