Fantasia, brincadeira, subjetividade: há lugar para o poema em sala de aula?
Resumo
A inserção de práticas pedagógicas com o texto literário nos espaços educacionais, destituídas de ações avaliativas e conteudistas, ainda constitui um dos entraves a ser transposto no meio escolar. Nesses espaços, o encontro com novos autores, títulos e gêneros literários, que não os consagrados pela academia, continua embrionário e responsabilidade deste ou daquele docente. Se houver uma buscar por propostas e, até mesmo por estudos acadêmicos sobre o gênero poético em sala de aula, notar-se-á, facilmente, o distanciamento e as lacunas existentes entre o poema e os demais gêneros literários no que diz respeito às socializações e às práticas com a leitura literária nas unidades básicas de ensino. Diante disso, este artigo discute e questiona os espaços destinados ao poema no ambiente escolar, propondo uma prática de mediação de leitura literária com o livro H’ linha e outros bichos inteligentes (2013), de Ronald Polito e Guto Lacaz fundamentada no conceito de letramento literário de Rildo Cosson (2006). Para isso, Ligia Cademartori (2012) e Délia Lerner (2002) serão as bases teóricas que propiciarão um estudo analítico do texto literário para a criação de uma comunidade de leitores literários, além de possibilitar questionamentos que incitem e fundamentem os docentes no planejamento de alternativas metodológicas que contemplem o uso da literatura em sala de aula.