Direitos humanos em contexto de diáspora: senegaleses e haitianos em Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Resumo
Este artigo foi resultado da reflexão conjunta de dois pesquisadores sobre imigração em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, uma doutoranda que trabalha com senegaleses e um haitiano que pensa cientificamente sobre sua própria trajetória e da comunidade haitiana. Ambos são cientistas sociais mas estão em estágios acadêmicos diferentes, um recém-graduado e outra com algum tempo de caminhada em relação à pesquisa, branca e negro, nativa e forasteiro, sem permanecer nos binarismos, porém reconhecendo a complementariedade dialógica e a diferença identitária. Utilizamos o referencial teórico de autores como Stuart Hall (2013), Fanon (2008), Gilroy (2012) e Santos (2010). Como antimétodo que envolve a constituição de corpos afetados e cartografados, citamos Rolnik (2016) e Filho e Teti (2013), dentre outros maquínicos que pensam os dispositivos rizomáticos que tecem a vida em sociedade. A discussão resultou em descobertas como a busca por prestígio como fator importante não só para a realização de si mas como satisfação de desejos de suas comunidades de origem e constituição de identidades específicas: modu-modu no caso senegalês e o diáspora no caso haitiano como entrelugar, lócus de atuação híbrido e atravessado pela partida de seu país.