Da Pedagogia Crítica ao Letramento Crítico

Resumo

Considerando-se os múltiplos significados do letramento e a tendência contemporânea de qualificá-lo, este artigo se concentra na compreensão do Letramento Crítico. Para tanto, objetiva-se contextualizar essa forma de letramento, por meio do resgate de pressupostos da Pedagogia Crítica (Freire, 1989, 2005, 2011, 2012, 2019, 2020, 2021; Giroux, 1997; McLaren, 1997; Hooks, 2017, 2020), e explorar conceitos propostos pelo Letramento Crítico (Cervetti; Pardales; Damico, 2001; Cassany, 2006; Cassany; Castellà, 2010; Menezes de Souza, 2011; Marins-Costa, 2012, 2016; Jordão, 2015, 2016; Monte Mor, 2015), como a contextualização do discurso enquanto lugar de sujeitos que pertencem a determinadas comunidades, os conhecimentos e verdades construídos de forma ideológica nos enunciados e a participação dos interlocutores dos discursos na construção de sentidos e sua possibilidade de ação no mundo. Dessa forma, é possível afirmar que o trabalho pedagógico desenvolvido por meio do Letramento Crítico em sala de aula é um caminho de mão dupla, pois se baseia em pressupostos da Pedagogia Crítica, mas também pode contribuir para a práxis (Freire, 2021), proposta por essa Pedagogia, ou seja, para a junção da consciência crítica sobre a realidade com a atuação cidadã sobre o mundo, possibilitando a transformação social.