Rizoma e racismo

Por um ensaio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47734/lm.v18i29.2052

Palavras-chave:

Rizoma, Racismo, Sociedade

Resumo

A Bignoniaceae Tabebuia é uma árvore que floresce em dias secos e cinzentos. Floresce para anunciar tempos melhores. Aspiramos o mesmo ao tratar do racismo na sociedade contemporânea qual temática muito cara para boa parte da população mundial, que têm sistematicamente sido afligida por esse mal. Assumimos raça, neste ensaio, em seu sentido mais amplo relacionando-o ao conceito de rizoma (Deleuze & Guattari, 1995). O convite é pensar com as plantas e sua forma de organização da multiplicidade. Nosso objetivo neste ensaio é alinhavar os princípios rizomáticos ao racismo, que se manifesta de diferentes maneiras no tessitura social como, por exemplo, por meio da falácia da democracia racial, na academia, na língua, na literatura e através de discursos racistas, que carecem de arqueologia própria para que se compreenda seus vários níveis de ocultação. Não é nossa pretensão de esgotar o assunto. Antes, porém, nosso interesse é provocar reflexões e novos debates com vistas à primavera anunciada pelo Ipê.

Biografia do Autor

Rubens Lacerda de Sá, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Pós-doutorado em Educação pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Doutorado em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestrado em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Especialização no Ensino de Línguas para Fins Específicos pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Graduação em Letras pela Universidade Camilo Castelo Branco (UCCB).

Helisa Vieira Magalhães, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG)

Graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

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Publicado

13-03-2022

Como Citar

Lacerda de Sá, R., & Vieira Magalhães, H. (2022). Rizoma e racismo: Por um ensaio. Revista Letra Magna, 18(29), 22–33. https://doi.org/10.47734/lm.v18i29.2052