“Meus professores” no ensino remoto

Saberes e espaços escolares em publicações no Twitter

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47734/lm.v18i29.1996

Palavras-chave:

Ensino remoto, Objetificação de professores, Práticas docentes

Resumo

Devido ao isolamento social, instituído em combate à disseminação da Covid-19 (SARS-Cov-2), grande parte das atividades escolares foi transferida para a esfera online, sob a regência do Ensino Remoto de Emergência (ERE). Cientes da historicidade de tal movimento e embasadas tanto na Análise do Discurso de linha francesa, quanto no método arqueogenealógico foucaultiano, nosso propósito geral é problematizar como o ensino remoto foi discursivizado, no Twitter, por alunos. Para a análise de sequências enunciativas publicadas entre os anos de 2020 e 2021, consideramos que, no interior das redes sociais, a legitimação dos dizeres dos professores é afetada, tendo em vista as condições de circulação das postagens. Além disso, os desafios impostos pelo período de adequação ao distanciamento atualizaram seus mecanismos, produzindo efeitos de objetivação (FOUCAULT, 1995) do sujeito docente, a partir de sua relação com as tecnologias. Assim, pelas alterações próprias ao contexto pandêmico, as modificações nas instituições de sequestro (FOUCAULT, 2013) provocaram rupturas na posição dos docentes, e a publicização das materialidades apontam novas formas de vigilância no cotidiano pedagógico.

Biografia do Autor

Amanda da Silva Duarte, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Graduação em Letras Português e Espanhol pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Suelen Souza Luiz Morales, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Graduação em Comunicação Social e Jornalismo pela Universidade Anhanguera (UNIDERP).

Elaine de Moraes Santos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Doutorado e mestrado em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialização em Cultura e História dos povos indígenas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Graduação em Letras Espanhol pela Universidade Estácio de Sá (UNESA).

Thaíssa Rodrigues Leite, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Graduação em Letras Português e Espanhol pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). 

Referências

Biondo, F. P. (2019). Ideologias de gênero e ideologias de língua(gem) em páginas feministas do Facebook. Alfa, 63 (2), 295-315, doi 10.1590/1981-5794-1909-3.

Brasil (2020a). Portaria nº 343, de 17 de março de 2020. Diário Oficial da União, Seção 1 – Edição 53, p. 39.

Brasil (2020b). Portaria nº 345, de 19 de março de 2020. Diário Oficial da União, Seção 1 – Edição 54, p. 01, 19 mar.

Brasil (2021). Plano nacional de operacionalização da vacinação contra a Covid-19 (10ª ed.). Ministério da Saúde.

Consolaro, V., & Silva, A. S. (2021). Ensino remoto e efeitos de verdade sobre o trabalho de professores no brasil pandêmico. In Anais SIEL e Semanas de Letras do IV Seminário Internacional de Estudos de Linguagens e XXII Semana de Letras (p. 11-20), Campo Grande, MS.

Costa, Á. C., & Rodrigues, R. S. (2020). Imprescindíveis e silenciados: Desvalorização dos professores e destituição da participação nas decisões políticas. Revista USP, 127, 41-52.

Dias, C. (2020). Ensino e tecnologia: o texto pelo digital. Revista Ecos, 28 (01), 157-175.

Fernandes, C. A. (2012). Discurso e sujeito em Michel Foucault. Intermeios.

Foucault, M. (1995). O sujeito e o poder. In H. L. Dreyfus & P. Rabinow. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: Para além do estruturalismo e da hermenêutica (pp. 231-249). Forense Universitária.

Foucault, M. (2008). A arqueologia do saber. Forense Universitária.

Foucault, M. (2013). A verdade e as formas jurídicas. Nau.

Foucault, M. (2014). A ordem do discurso: Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Edições Loyola.

Foucault, M. (2016). O belo perigo. Autêntica Editora.

Moreira, I. C., & Mussato, M. S. A. (2020). (Des)construção de sentidos: A subjetividade e o processo de (des)identificação do sujeito professor no cenário escolar em pandemia. In C. M. A. A. Guisardi, L. A. Chagas, & A. B. Pereira (Org.). Os discursos de um Brasil efervescente em tempos de pandemia: 2020 (pp. 167-190). Syntagma Editores.

Paiva, V. L. M. O. (2021). Tecnologia digital em época de pandemia. Cadernos de Linguística, 02 (01), 1-12.

Patti, A. R. & Giorgenon, D. (2011).O sujeito e suas redes de dizer no on-line. In L. M. S. Romão, & F. C. S. Galli (Org.). Rede eletrônica: Sentidos e(m) movimento (pp. 81-99). Pedro & João Editores.

Ribeiro, A. E. (2021). Educação e tecnologias digitais na pandemia: Ciclos da precariedade. Cadernos de Linguística, 02 (01), 01-16.

Silveira, J. (2015). Rumor(es) e humor(es) na circulação de hashtags do discurso político e ordinário no Twitter, [Tese de Doutorado]. Universidade Estadual de Maringá.

Silveira, J. (2020). Hashtags e trending topics: A luta pelo(s) sentido(s) nos espaços enunciativos informatizados. Interletras, 08 (31), 1-18.

Downloads

Publicado

13-03-2022

Como Citar

da Silva Duarte, A., Souza Luiz Morales, S., de Moraes Santos, E., & Rodrigues Leite, T. (2022). “Meus professores” no ensino remoto: Saberes e espaços escolares em publicações no Twitter. Revista Letra Magna, 18(29), 97–106. https://doi.org/10.47734/lm.v18i29.1996