O QUE UMA SIMPLES VOLTA NA PRAÇA PODE DIZER SOBRE NÓS: UM ESTUDO SOBRE NARRATIVA ORAL E O CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO DO MÉDIO TIETÊ

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Resumo

Este artigo traça um perfil corriqueiro de comunicação oral no que se refere à produção de tradição oral e de narrativas e sua representação no contexto sócio-histórico e antropológico, por meio de oito narrativas coletadas em cidades do Médio Tietê (Capivari, Itu, Tietê, Porto Feliz e Piracicaba). O elemento base do estudo é o relato comum dos moradores sobre o passeio que faziam pela praça em meados do século XX. Meramente tido como um entretenimento, a pesquisa demonstra como um passeio pode se tornar o principal difusor de relacionamentos conjugais e de cultura, testemunhando a organização e a distribuição de papeis sociais entre seus membros. Desta maneira, observando o desenvolvimento das narrativas (cf. FERREIRA NETTO, 2008), foi possível verificar os elementos de composição de uma narrativa oral, além de reconhecer o papel das pessoas na sociedade a que pertenciam.

Biografia do Autor

Rosicleide Rodrigues Garcia, Universidade de São Paulo (USP)

Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo e mestre em Filologia e Língua Portuguesa pela mesma universidade, pelo Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (DLCV) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). É participante do Projeto História do Português Paulista (Projeto Caipira) e ExProsodia.

Fábio Garcia Dias, Universidade de São Paulo (USP)

Mestrando em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Historiador, sociólogo e pós-graduado em História da Arte, atualmente participa do projeto "Bruxas Paulistas: Edição Filológica de Documentação sobre Feitiçaria" pela USP.

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Publicado

2018-06-30

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Artigos