Devir-Mágico do Estudo ou a Afirmação de uma Política Cognitiva Inventiva

Estudar como ato filosófico

Autores

  • Pedro Rocha Silveira de Mendonça
  • Giovani Cammarota Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Palavras-chave:

Pensamento, Mulitplicação, Experimentação, Sala de aula de matemática

Resumo

Este ensaio discute o estudo como ato filosófico em sala de aula de matemática, especialmente a partir de um acontecimento no interior de uma disciplina de formação inicial de professores do curso de Licenciatura em Pedagogia. Aliados às Filosofia da Diferença, cartografamos movimentos de problematização do algoritmo usual da multiplicação que aprendemos na escola por meio do estudo de diferentes métodos produzidos histórica e culturalmente – Gelosia e Chinês – e por meio da produção de um modo inédito de multiplicar produzido por um aluno da escola básica – o Método do Garoto Brasileiro. A partir de Deleuze, discutimos o estudo como um movimento que opera por meio de crises nos sentidos sedimentados no pensamento e que abrem novos campos de possíveis. Pensar, portanto, passa pela experimentação dessas crises e afirmam uma política cognitiva inventiva, isto é, uma postura segundo a qual o conhecimento matemático é radicalmente produzido.

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Publicado

2024-04-24

Edição

Seção

Especial: Experimentações em Ed. Matemática