O Brinquedo Industrializado Visto sob a Óptica do Fetichismo de Mercadoria
possíveis impactos na objetivação da criatividade infantil
Resumo
O artigo em questão é resultado de uma investigação de caráter bibliográfico cujo método fora tomado a partir do marxismo analítico de Cohen (2003). Tal texto visa discutir, relacionar e articular a noção de fetiche de mercadoria atribuído a Marx (2011), de modo a aplicá-lo ao conceito de brinquedo proposto, sobretudo, por Brougère (2010). O objetivo é construir uma reflexão a fim de demonstrar como a relação entre criança, brincadeira e brinquedo – dinâmica entendida como processo de expressão da criatividade e subjetividade infantil – pode sofrer um desequilíbrio, em especial, quando brinquedos excessivamente industrializados passam a pautar os roteiros das brincadeiras, de maneira a desequilibrar o processo deslocando o sujeito criança ao caráter de meros suportes no ato de brincar. Observa-se que tal processo, sob a ótica do fetiche, substitui os papéis na relação do brincar, projetando o próprio brinquedo em uma posição dotada de vitalidade. Ademais, toma-se este processo sob a ótica do fenômeno intencional de mediação intercultural que se dá entre a cultura socialmente e historicamente constituída e o mundo infantil, entendido neste texto sob a ideia de educação tal como extraído das reflexões de Arendt (2007).
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