O Brinquedo Industrializado Visto sob a Óptica do Fetichismo de Mercadoria

possíveis impactos na objetivação da criatividade infantil

Autores

Resumo

O artigo em questão é resultado de uma investigação de caráter bibliográfico cujo método fora tomado a partir do marxismo analítico de Cohen (2003). Tal texto visa discutir, relacionar e articular a noção de fetiche de mercadoria atribuído a Marx (2011), de modo a aplicá-lo ao conceito de brinquedo proposto, sobretudo, por Brougère (2010). O objetivo é construir uma reflexão a fim de demonstrar como a relação entre criança, brincadeira e brinquedo – dinâmica entendida como processo de expressão da criatividade e subjetividade infantil – pode sofrer um desequilíbrio, em especial, quando brinquedos excessivamente industrializados passam a pautar os roteiros das brincadeiras, de maneira a desequilibrar o processo deslocando o sujeito criança ao caráter de meros suportes no ato de brincar. Observa-se que tal processo, sob a ótica do fetiche, substitui os papéis na relação do brincar, projetando o próprio brinquedo em uma posição dotada de vitalidade. Ademais, toma-se este processo sob a ótica do fenômeno intencional de mediação intercultural que se dá entre a cultura socialmente e historicamente constituída e o mundo infantil, entendido neste texto sob a ideia de educação tal como extraído das reflexões de Arendt (2007).

Referências

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar,1985.

ADORNO, T. Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro.6.ed.São Paulo: Perspectiva, 2007.

BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades; Ed.34,2002.

BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. 8.ed.São Paulo: Cortez,2010.

COHEN, G.A. A teoria da história de Karl Marx: Uma defesa. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2013.

DUARTE Jr, J.F. Fundamentos estéticos da educação. 3.ed.Campinas, SP: Papirus, 1994.

FLECK, A. O conceito de fetichismo na obra marxiana : uma tentativa de interpretação. ethic@, Florianópolis, v. 11,n.1, p. 141 -158, Jun. 2012.

HAUG, W.F. Crítica da estética da mercadoria. São Pulo: Fundação Editora da UNESP,1997.

KONDER, L. Marxismo e alienação: contribuição para um estudo do conceito marxista de alienação. 2.ed. São Paulo: Expressão Popular, 2009.

LESSA, S. Mundo dos homens: trabalho e ser social. São Paulo: Boitempo Editorial, 2002.

LOWY, M.; SAYRE, R. Revolta e melancolia: O romantismo na contracorrente da modernidade. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015.

MARX, K. O capital: Livro I. 2.e.São Paulo: Boitempo Editorial,2011.

MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã: Crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach ,B. Bauer e Striner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas (1845 – 1846). São Paulo: Boitempo, 2007.

MEIRA, A.M. Benjamin, os brinquedos e a infância. Psicol.Soc. (online), v.15,n.2,p.74-78,Dez.2003.

OLIVEIRA, I. A. de. Epistemologia e educação: bases conceituais e racionalidades científicas e históricas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

Downloads

Publicado

2022-06-30

Edição

Seção

Artigos