História da Matemática no Ensino Fundamental
uma pesquisa qualitativa relacionada à operação de multiplicação
Resumo
O presente artigo tem por objetivo relatar uma vivência pedagógica relacionada com o uso de aspectos históricos em aulas de Matemática para o trabalho com a operação de multiplicação de números naturais. A identificação de dificuldades dos estudantes na operacionalização do algoritmo tradicional e nas tábuas da multiplicação nos levou a buscar alternativas de ensino. Nesse sentido, resgatamos da história três métodos de multiplicação: Multiplicação Russa, Multiplicação Egípcia e Multiplicação Chinesa. Esses métodos foram escolhidos em função de suas respectivas resoluções serem realizadas sem o apoio da tabuada, estando baseados nas ideias matemáticas de soma, dobro e metade, diferindo do método que comumente é abordado em currículos escolares e em livros didáticos. Aspectos sócio-culturais das sociedades de onde tais métodos se originaram foram utilizados como fator de mobilização para introduzir os estudos. Os dados oriundos dessa vivência foram analisados à luz da ideia de mundo-vida proposta por Husserl, na Fenomenologia. Esta vivência nos permitiu a compreensão da importância do contexto trazido por meio da história da Matemática, que além de oferecer métodos distintos de multiplicação, trouxe os respectivos contextos culturais e históricos que desencadearam o desenvolvimento dos mesmos. Destarte, viabilizamos aos estudantes o entendimento de que a criação de tais métodos se deu a partir de necessidades práticas dos cidadãos para a solução de problemas próprios dos seus tempos e espaços. Nesse sentido, a história da Matemática apresentou-se como um recurso em potencial para favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes no mundo-vida que habitam.
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